“A Peste”, de Albert Camus, é uma história minuciosamente pensada e elaborada
que, por vezes, se torna desconfortável e perturbadora. Que nos faz levantar
questões sociais sensíveis.
Os acontecimentos ocorridos nesta história passam-se
na cidade Orão, na Argélia. É apresentada pelo autor como uma cidade feia e industrializada,
onde os seus habitantes vivem vidas banais e restringidas a um quotidiano de
trabalho e prazeres simples.
De repente, dezenas de ratos mortos começam a
surgir nas ruas de toda a cidade, que rapidamente se propagam para centenas. Em
apenas alguns dias a peste instala-se progressivamente na cidade, provocando uma
atmosfera sufocante e dolorosa, que obriga à quarentena.
Toda a narrativa assenta em cinco personagens com
personalidades e convicções distintas que, inevitavelmente, interagem entre si:
Bernard Rieux, um médico benevolente, mas convicto.
Jean Tarrou, um homem que se instalou no hotel do centro, com um passado desconhecido. Joseph Grand, um simples empregado da Câmara. Cottard, um homem
ignorante e solitário que encontra maneira de lucrar com a doença e Raymond
Rambert, um jornalista de passagem pela cidade que fica impedido de sair devido
à quarentena.
Todos os diálogos têm um caráter literário, tendo
em conta o seu nível de complexidade, e não existem conversas de ocasião, ou
seja, (citando Camus) “nunca falam para nada dizer”. Confesso que este é um
fator que me agrada imenso na obra.
Durante a leitura deste livro não sabem quem é o
narrador até ao final, o que é um facto curioso, mas não de extrema importância
para a história.
Através desta obra, Albert Camus pretende retratar
o sofrimento da dor física, da saudade, da solidão, do abandono e da morte.
Mas, também, realçar a importância da compaixão, da solidariedade, da resiliência
e da liberdade. É uma história representativa das fraquezas e vigores do ser
humano em situações de fragilidade física e social.
Recomendo “A Peste” a todos aqueles que gostem de
um bom romance com acontecimentos imprevisíveis e memoráveis. Ah! E todos
aquele que querem alargar o seu vocabulário, a escrita de Camus é genial.
Com o apoio:
Escrito por:
Não conheço!
ReplyDelete;)
Deve ser muito interessante. Um retrato da nossa existência.
ReplyDeleteDeste autor li O Estrangeiro, um livro excelente, de que gostei mesmo muito. Tenho de ler este também :)
ReplyDeleteMais um para a lista de livros a ler :)
ReplyDeleteGostei muito desta opinião. Será, com certeza, uma leitura enriquecedora.
ReplyDeleteLi este livro há imensos anos. Tenho de voltar a ler :)
ReplyDeleteObrigada pela sugestão .. gosto de livros que nos apresentem essas questões sociais, que nos deixam a pensar.
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