Olá queridos leitores!
Apresento-vos a terceira opinião do mês!
Eu não li a sinopse deste livro antes de o ler. Penso que não vale a pena fazê-lo. É muito melhor entrar nele sem saber o que esperar. Mesmo assim, sei que muitos de vocês gostam de a ler por isso aqui está:
Sinopse:
Corre o ano de 1944 quando as gémeas chegam a Auschwitz com a mãe e o avô. No seu novo mundo, Pearl e Stasha Zamorski refugiam-se nas suas naturezas idênticas, encontrando conforto na linguagem privada e nas brincadeiras partilhadas da infância. As meninas fazem parte da população de gémeos para experiências conhecida como o Zoo de Mengele e, como tal, conhecem privilégios e horrores desconhecidos dos outros. Começam a mudar, a ver-se extirpadas das personalidades que em tempos partilharam, as suas identidades são alteradas pelo peso da culpa e da dor. Nesse inverno, num concerto orquestrado por Mengele, Pearl desaparece.
Opinião:
Demorei apenas 6 dias a ler este livro e parece que demorei imenso tempo a terminar. Talvez sinta isso porque esta não é uma daquelas leituras que se leem a correr. A correr no sentido em que é tão viciaste e emocionante que nos apetece terminar um livro num só dia. Este não é certamente um desse livros.
Precisei de o ler com calma e apenas naqueles momentos do dia em que me sentia 100% relaxada. Não é uma leitura para toda a gente! Isso vos garanto.
Já tinha visto alguns documentários que referiam as atrocidades praticadas por Dr. Mengele e por essa razão fiquei muito interessada na história. Gostava de saber mais pormenores do que aconteceu e perceber o porquê de certas identidades agirem como agiram no decorrer da guerra. O "Anjo da Morte", apelido pelo qual ficou conhecido, usava diversas técnicas recorrentes à cirurgia e não só! Para testar as crianças - principalmente gémeos - era capaz de os fazer perder a sanidade com as suas próprias mãos. A razão principal para o fazer era arranjar uma maneira eficaz de tornar o corpo humano "mais belo".
No decorrer da história fiquei com a sensação de que não podia ser apenas esse o motivo das experiências. Para ser capaz de o fazer, ele tinha de estar imune de qualquer emoção e teria de ter prazer em fazer sofrer. Algumas das experiências mais conhecidas, e que são referidas no livro, são o uso de agulhas para injectar líquido de cor azul nos olhos das crianças, unir fisicamente gémeos deixando-os em total agonia até à morte, operações brutais e dolorosas na qual eram retirados orgãos para serem coleccionados e testados pelo médico, etc. Para dizer verdade até me custa estar a descrever tais crueldades. Quase ninguém sobreviveu às mãos do Anjo da morte.
No entanto, há algo na escrita que não me convenceu por completo. Há frases muito bonitas e a originalidade da história é magnífica mas as descrições não são tão detalhadas como eu desejaria. A capacidade de nos absorver para dentro da história e deixar-nos conviver com as personagens é algo que está muito em falta, no meu ver. Sendo este um dos pontos mais importantes de uma história, não vou poder classificar o livro com cinco estrelas. Nas primeiras 50 páginas estava convencida de que este seria um livro que me fosse impressionar de tal modo que teria uma classificação elevadíssima.
Não sei se a vocês também acontece, mas às vezes leio um livro que não achava que me fosse marcar e que nem sequer foi um livro assim tão bom mas, no entanto, passado algum tempo, quando penso nele, vêm-me imensas imagens à memória e na verdade foi mais importante do que eu julgava. Pode ser que este seja um desses livros.
As gémeas Stasha e Pearl representam o sofrimento das crianças que passaram pelas mãos deste médico.
Sempre que leio um romance que tenha como tema a segunda guerra mundial, fico com a impressão que aquilo que julgamos ser horrível e aquilo que pensamos saber sobre o assunto, pode ser ainda pior e mais monstruoso do que o que pensávamos. No verão li "Perguntem a Sarah Gross" e senti exatamente o mesmo. São livros muito diferentes. "A outra metade de mim" tem lugar apenas nesta época enquanto que o "Perguntem a Sarah Cross" não.
Pearl e Stasha são duas crianças absolutamente adoráveis e achei muito interessante a forma como as suas mentes se foram degradando e moldando de acordo com o que se passava à sua volta e como isso era expresso na narrativa. Há uma cena mesmo no início da história que descreve a passagem das gémeas por um corredor, em que vários corpos estão depositados em "contentores" e no qual uma das gémeas observa a cena à sua frente e a única coisa que lhe ocorre é cantar uma canção a uma alma moribunda, para que esta possa ter uma morte indolor. Nesse momento apercebi-me não só que as mentes florescentes das raparigas tinham muita bondade mas que também iam sofrer mais do que aquilo que esperavam. Mas o facto de ambas serem muito astutas ajudou-as a sobreviver num meio tão perigoso e incerto.
Se gostam de ler este género de histórias também vos recomendo o livro que já referi anteriormente neste texto: "Perguntem a Sarah Gross" de João Pinto Coelho. Se tiverem interesse em ler a minha opinião Clica Aqui.
A minha classificação:
Este livro foi-me oferecido para opinião honesta.
Muito obrigada Grupo Bertrand :)
Olá,
ReplyDeletehistórias sobre WW2 são sempre difíceis de assimilar, e pelo que entendi da tua resenha esta história não deve ser de todo, uma leitura leve.
Mas parece que vale muito a pena conhecer a história das gémeas ;)
Boas leituras!
Olá! Se chegares a ler o livro, diz-me o que achaste :)
DeleteBeijinhos.
Adorei a tua opinião! Fiquei muito curiosa em relação a toda a história do livro. O tema é forte mas há sempre vontade de conhecer melhor o que se passou nessa época da História.
ReplyDeleteFico muito contente por gostares do que escrevi! :) Beijinhos!
DeleteEste livro está em lista de espera, enquanto termino outro, e tenho grandes expectativas... Espero que não saiam goradas! É sempre bom ler outras opiniões.
ReplyDeleteAs opiniões são muito variadas quanto a este livro :) Mas espero mesmo que gostes! Beijinhos.
DeleteFiquei curiosa ;)
ReplyDeleteEu gostei imenso deste livro. Vou seguir a recomendação e ler também Perguntem a Sarah Gross.
ReplyDeletepara mim, "tudo o que vem á rede é peixe ", adoro ler e por isso não costumo ler a sinopse. mesmo que não goste do livro tenho tendência a ler tudo embora depois coloque uma nota negativa na minha lista de leitura.
ReplyDeleteEste é um dos livros que está na minha wishlist. Gostava muito de o ler. Obrigada pela opinião.
ReplyDeleteFiquei curioso com o livro. Todas a críticas que leio sobre ele são bastante positivas. ;)
ReplyDeleteAnsiosa por ler este livro!!!
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