Monday, November 21, 2016

O Hábito de escrever.





  Escrever... Pouca gente tira um pouco de tempo para a leitura, quanto mais para escrever? Parece que é algo que é feito por obrigação e não por necessidade pessoal.  
  Refiro-me à escrita como uma necessidade pessoal — ou devia ser uma necessidade — porque é algo que nos ajuda no processo criativo do ser. 
  Quando precisamos de escrever um email, criar um texto para uma aula, escrever uma crítica, ou mesmo responder aos nossos amigos por mensagem, é muito bom termos presente em nós uma boa coerência da escrita. 

 Por achar tão importante o acto de escrever, vou numerar alguns aspetos que podem ajudar-vos também a vocês a manter esse hábito. 


1. Vamos começar com a leitura. 

  Quando lemos um livro, seja ele qual for — não ponho de parte nenhum tipo de leitura. Seja ela uma biografia, um ensaio, um romance erótico, um conto, poesia — devíamos ter mais em conta que ler só não basta. Devíamos refletir mais nas palavras e no seu sentido. Ler é das coisas que melhor vos faz crescer enquanto pessoas, é a melhor forma de enriquecer o nosso vocabulário, de nos tornar mais criativos, de nos ajudar a tomar as decisões certas na altura certa... Sim! Ler faz isto tudo! Mas não basta ler um só livro... é preciso criar um hábito de leitura. Se começarem por ler 10 páginas por dia, tudo bem... é um bom começo.

2. Tirar apontamentos. 

Ao ler um artigo de uma revista, uma crónica ou um capítulo de um livro que gostamos, devemos tirar apontamentos. Não só mentais mas também no papel. 
Ao fazermos isto, estamos a adicionar novas ideias e novas palavras ao nosso vocabulário. 
Para além destes aspetos, estamos também a memorizar partes importantes do conteúdo que gostámos de ler. 


3. Procrastinar moderadamente. 

  Quase ninguém se apercebe, mas o acto de procrastinar é muito comum. Ao procrastinar estamos a adiantar uma tarefa. O facto de atrasarmos o trabalho que estamos a fazer por vezes causa stress. Ora, ninguém quer mais stresses na vida do que aqueles que temos de enfrentar no quotidiano. 

  Por vezes, temos uma ideia de algo que queremos fazer ou alguma tarefa que nos é dada. A melhor forma de lidar com isso, no meu ver, é ir pensando e progredindo de uma forma temporizada. 
  Se fizermos o que temos em mente, de forma bem estruturada e bem planeada, o resultado vai ser muito mais produtivo do que se tivéssemos feito tudo no início, ou tudo no fim. 

O livro "Os Originais" de Adam Grant refere um exemplo, entre tantos outros, de procrastinação: 

"Um exemplo excelente é Leonardo da Vinci, (...). Os estudiosos estimam que da Vinci pintou Mona Lisa intermitentemente (...). Começando em 1503, deixou-o inacabado e só o concluiu perto do ano em que morreu, 1519. Os seus críticos crêem que ele perdia o tempo em experiências óticas e outras distrações (...). No entanto, estas distrações revelaram-se vitais para a sua originalidade."

  O que tem procrastinar a ver com a escrita? 

  Se tivermos o objectivo de escrever mais e não sabemos bem como o fazer, a melhor forma é não ter grande pressa. Demos pensar de forma deliberada no conteúdo e ir escrevendo quando sentimos que estamos prontos para o fazer. 
 Se fizermos isto estamos a aprender a procrastinar de forma moderada. 

  Os escritores, têm normalmente esse hábito. Escrevem todos os dias porque é algo que gostam e é algo que lhes é familiar. Todos os escritores têm métodos diferentes. Alguns são como Leonardo da Vinci e deixam que o tempo faça justiça ao seu trabalho. Essa é a forma que arranjam para conseguirem que o tempo que estão a usar seja produtivo. 
  O stress não é bom para ninguém e faz-nos envelhecer mais rápido. Pensem nisso. :)

4. Não desistir à primeira

  Tudo aquilo que fazemos exige trabalho. Nunca nada sai bem à primeira. 
 Colin Powell disse: " O sucesso é resultado de muito trabalho, de aprender das falhas que cometemos, de lealdade e persistência." 
  Quando começamos a escrever coisas que gostamos — como as nossas opiniões do que lemos ou dos filmes que vimos — e não escrever por dever — como fazemos para os trabalhos da escola ou do trabalho — deparamo-nos com algo que não é familiar. 
  É difícil estar concentrado e é raro virem-nos ideias à cabeça. A partir do momento em que estamos confortáveis a fazê-lo, torna-se fácil e familiar, e acreditem que é algo que dá um enorme gozo em fazer. 


  Este artigo dirige-se a todos aqueles que gostavam de escrever mais e de ganhar esse hábito e também àqueles que já têm esse hábito mas que gostavam de aperfeiçoar. :)

  Se acharam que foi útil, digam nos comentários para eu poder escrever mais coisas deste género. 


7 comments:

  1. Olá!
    Gostei muito das dicas ;)

    Gosto bastante de escrever, e confesso que quando não tenho a obrigatoriedade de o fazer a escrita corre muito mais fluída e livre, por isso concordo plenamente com o "Procrastinar moderadamente". ;)

    Escrever ajuda muito na concentração e no aperfeiçoamento das actividades cognitivas. Por exemplo ao mantermos um diário, em que se regista as tarefas principais do nosso dia, estamos a desenvolver a capacidade que o cérebro tem reter e processar todos os estímulos a que fomos sujeitos durante o dia, melhorando assim a nossa capacidade de memorização.

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    1. Exato! Também acho que um diário é muito importante para a memória.

      Mas que excelente resposta ao meu texto! Obrigada :)

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  2. Excelente ideia e texto. Infeliz e lamentavelmente há muitos portugueses que não escrevem NADA para ninguém! Mesmo para os seus contactos de e-mail!!! E isto quer dizer muita coisa óbvia, que me dispenso de comentar!... Daí, eu louvar esta publicação, pois pode ser que alguns leitores/as que leiam este post e pertencem ao "grupo" dos que nunca escrevem nada, meditem um poucochinho sobre isto e reparem o seu erro, pois o ser humano deve ser sociável e não EGOÍSTA e INDIVIDUALISTA!

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  3. Concordo inteiramente com o que escreveu .Em tudo na vida tem de se treinar para se poder aprender e melhorar .Nada se faz sem trabalho e sem esforço.Escrever nem que seja para nós mesmos liberta -nos a alma e a leitura abre-nos novos horizontes!

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  4. Gosto do que li, são realmente conselhos interessantes, obrigado.Eu sou bastante stressada.

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  5. Gostei muito do texto mas, tenho que admitir, não sou pessoa de escrever muito a nível pessoal. Nunca tive um diário. Profissionalmente a escrita sempre fez parte das minhas funções. Hábitos de leitura são fundamentais para o nosso desenvolvimento a vários níveis.

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  6. Gosto muito de escrever, mas não sigo regras. Desde miúda que gosto e fazia-o por gosto, tal como agora, por isso não sinto a necessidade de me disciplinar. Agora quando é por obrigação a coisa muda de figura.

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