Acabei agora de ver o segundo episódio desta série. Como todos os episódios têm histórias distintas, decidi partilhar com vocês a minha opinião destes dois primeiros episódios. A pressa para o fazer é a simples razão de, esta ter de ser divulgada e conhecida pelas pessoas.
A série abrange temas bastante desconfortáveis para a sociedade em geral.
São-nos apresentadas questões, como a falta de autenticidade, a ausência de espirito crítico, a pouca interação social, o interesse pelo que nada interessa, o prazer pelo desastre e azar dos outros, etc.
Estas questões são muitos sérias e tidas muito pouco em conta.
Por ser tão apologista da opinião transmitida na série, decido assim, partilhar com todos vós um texto por mim escrito.
O texto fala sobre ócio, peço-vos que, se não concordarem comigo, não sejam desagradáveis, digam-me apenas qual a vossa opinião sobre o assunto.
O ócio
Para a maior parte das pessoas, a palavra ócio está associada ao “não
fazer nada”, ao “perder tempo”, à “incapacidade física e intelectual” de agir
ou trabalhar. Bem, a maior parte das pessoas está errada. A palavra ócio já é
conhecida e discutida desde o tempo dos Romanos. Nessa época, as pessoas usufruíam
livremente dessa forma de estar e viver.
O
ócio era extremamente importante para esse povo, e devia ser mais levado em
consideração nos tempos de hoje. Os
Romanos levavam o ócio muito a sério porque era o que os fazia levantar-se
todos os dias de manhã com uma motivação renovada. As pessoas tinham acesso ás
termas, que eram publicas e acessíveis ao povo, tinham a oportunidade de
discutir livremente sobre temas importantes como a política, a filosofia e a
literatura (tertúlias). Este espirito
positivo e nada egocêntrico, levava a que as pessoas vivessem de uma forma mais
plena e sem stresses.
Falando agora nos dias de hoje. Estamos habituados a padrões sociais
bastante restritos que nos levam a todos à loucura. O ócio já não é olhado de
frente, mas sim na diagonal. Os nossos Hobbies são vistos, pelos nossos pais e
família, como pouco importantes para a vida. As preocupações devem estar no
estudo e no trabalho, dizem eles. Pois bem, seguindo estas regras, estes
códigos tão pouco ou mais imorais que os dos nossos antepassados, levam a um
circulo vicioso e prejudicial. As pessoas são mais infelizes nos trabalhos,
colam-se às televisões e às redes sociais e ligam-se ao que lhes é dado, cega e
mentalmente iludidos de que isso é benéfico para o seu bem-estar.
Ócio é uma palavra que não deve ser só uma palavra. Deve ser levada a
sério, deve ser bem colhida e cultivada pela sociedade. O ato de ler um livro,
tocar um instrumento, ver um filme ou ler uma revista deve ser incentivado.
Grandes empresas como a Google, aperceberam-se disto, e oferecem
oportunidades, por outros rejeitadas, aos seus empregados, como a liberdade de
relaxarem a ver televisão ou a jogar playstation 4.
Outro exemplo é o canal televisivo,
pouco conhecido pelos amantes de telenovelas, chamado Canal Q. Os atores,
realizadores, guionistas, operadores de câmera, etc., têm os escritórios e suas próprias
mesas, atulhados de livros.
A ideia destas empresas é motivar
os trabalhadores, aumentando a sua produtividade e elevar o espirito positivo.
Chegamos então à conclusão que o melhor,
por vezes é deixar o que menos interessa (como a revista Lux, Maria ou
Cristina) e pegar num bom livro. Desligar a televisão, ignorar a casa dos
segredos, e ligar a Netflix para ver um bom filme. Não só se aprende com o ócio, como este
ajuda-nos a crescer e a tornarmo-nos pessoas com pensamento crítico, ajuda-nos
a ver as coisas de uma forma mais lúcida e menos utópica.
Para mim, portanto, ócio não tem uma
conotação negativa. Se para algumas pessoas tem, então devem pensar seriamente qual
é a sua opinião, e algo que os pode fazer mudar de ideias é o facto de, por
exemplo os nazis associarem ócio a falta de trabalho e por essa razão
escreverem: “Trabalho liberta” nos portões de entrada de Auschwitz.
Concordo plenamente. Nesta vida de correria desenfreada há que arranjar tempo para o ócio. É importante fazermos algo que gostemos, ler, falar com outras pessoas, ir ao cinema, teatro, etc. Ócio não significa não fazermos nada, porque não nos interessamos por nada e, portanto, nada fazermos por nós.
ReplyDeleteAdorei a primeira temporada, o terceiro episódio o melhor ate agora :)
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