Opinião (Nuno):
Quando decidi pegar nesta BD
tinha em mente que o argumento seria idêntico à série da Netflix. Não foi o
caso. Na realidade, não sou particularmente apaixonado pela série televisiva, pelo que, neste caso, a inexistência de demasiadas semelhanças foi um ponto positivo.
Apesar disso, o que me provocou vontade para começar esta leitura foi mesmo ter
visto a série.
Esta história apresenta-nos o
dia-a-dia de uma investigadora particular, a única investigadora num consultório
com o nome de “ALIAS Investigações”. Jessica Jones foi, em tempos, uma
super-heroína que usava fato de licra com cores berrantes e colega de trabalho
de alguns dos mais famosos heróis da Marvel. Mas, por duvidar dela própria e
não ser o tipo de heroína que desejava, desistiu da tarefa. Hoje em dia,
dedica-se apenas à investigação de vidas decadentes e aborrecidas de pessoas
comuns. Até que descobre informações demasiado confidenciais que transformam o seu
dia-a-dia num risco constante.
Gaydos fez um excelente
trabalho com a parte gráfica da obra. Tenho de concordar que não apresenta
desenhos particularmente apelativos, o uso de riscos despreocupados, poucos
detalhes e figuras repetidas foram a opção escolhida para acompanhar a história de Bendis. Mas, foi uma excelente opção. Este tipo de grafismo resulta
maravilhosamente em todos os momentos da história. A utilização de
imagens repetidas, assim como a junção, por vezes confusa, das vinhetas, ajudou a transmitir as
emoções e os sentimentos pretendidos. Também reforça a percepção de um ambiente negro, pesado e violento. Gaydos é genial com
as expressões faciais de todas as personagens, é possível visualizar as emoções pela simples observção das expressões. Não posso esquecer de
mencionar a escolha cromática de Matt Hollingsworth. O uso de cores escuras intensifica o lado negro da história.
A linguagem agressiva também
é um dos pontos relevantes desta BD. Agradou-me imenso a maneira como o autor utiliza
uma linguagem despreocupada e, por vezes, imprópria.
Jessica Jones surgiu como uma
das primeiras histórias lançadas para a linha MAX, destinada a maiores de 18
anos. Por isso, não esperem um mundo agradável e simpático. O mundo de Jessica
Jones é duro e insensível... exatamente o género de ambiente que me desperta
interesse para uma banda desenhada.
Texto escrito por Nuno Patrocínio.
Com o apoio de:
maggieawesomebooks.blogspot.pt
ReplyDeleteApesar de não ser um género que aprecie muito, acho que seria capaz de ler este livro e, quem sabe, o resto da saga.
ReplyDeleteHabitualmente não ligo mesmo nada a super-heróis, mas desde que Jessica Jones saiu na Netflix havia qualquer coisa que me chamava a atenção. Adorei a série e adoro a Jessica <3
ReplyDeleteOla Nuno. Eu também aprecio bastante a agressividade que o autor concede à história, torna-a mais real, pelo menos a meu ver.
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